História das explorações científicas no Brasil

sofreu dessa escassez. Nessa divisão não reconheceu as diferentes nuanças, nem conseguiu marcar o caminho de sua antropogenia, conforme fez para outras; não distinguiu subtipos."

E mostra o nosso grande antropólogo como muitos de nossos índios, e tomou como exemplo um Borôro, não se encaixam naquele esquema geral da "cor amarelada, estatura mediana, fronte pouco saliente, olhos oblíquos, levantados no ângulo externo".

Muito mais rica em resultados, pelo critério do observador e por seu grande amor ao Brasil, foi a expedição de Spix e Martius. Toda a obra etnográfica e antropológica é de Martius, o grande sábio católico da Baviera e aí estão, ainda hoje consultadas a cada passo, as suas duas obras capitais neste domínio de que estamos agora tratando: Beitraegge zur Etnographie und Sprachenkunde Amerikas e. Glossarium linguarum Brasiliensium, sendo a primeira "de valor tão desigual mas sempre interessante".

Para que bem se aquilate do que para nós representa a expedição bavara basta ler este expressivo e eloquente período de Roquette Pinto: "Caminhai um pouco pelo Brasil, estudai-lhe a terra, as plantas, os animais, a gente... encontrareis a cada passo com as doiradas pepitas que o velho Martius atirou à nossa estrada".

Todos os que vieram depois a estudar o homem brasileiro dele se valeram, para corrigir certas minúcias ou lhe aproveitaram as pepitas para cinzelar as joias das modernas interpretações.

Cuidando especialmente da parte referente à antropologia, diz o mesmo autor na Rondonia: "Na sua raça americana distinguiu dois tipos, que se podem por em chave do seguinte modo:

"1.º tipo: — Formas grosseiras, pequeno porte, face larga, fronte deprimida e fugitiva, olhos oblíquos, malares

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