descrição dada pelo autor acima mencionado, que o material detrítico aurífero não se assenta diretamente sobre as rochas regionais, mas geralmente em um leito de argila plástica intercalado.
A região estudada é um peneplano arqueozoico com manchas ou oásis algonquianos, aos quais pertencem os quartzitos e xistos assinalados.
Como no Gurupi, as rochas melanocráticas, sejam tipos basálticos pós-paleozóicos, sejam tipos metamórficos de origem eruptiva básica, se apresentam frequentemente encaixadas nos gnaisses e mesmo cortando os granitos antigos. É provável que os vieiros auríferos sejam análogos aos estudados no estado de Minas, nos municípios de São Gonçalo do Sapucaí e de Queluz (Lafaiete), bem assim em Lagoa Dourada.
O teor dado de dois gramas por metro cúbico deve ser tomado com certas reservas, pois que os faiscadores só trabalham em manchas de cascalho rico.
Na zona fronteiriça com a Guiana francesa existem depósitos aluvionários nos rios Oiapoque, Cunani e Calçoene, explorados clandestinamente por aventureiros guianenses. Também nas terras banhadas pelos rios Aprouague, Surinam, Marie e Maroni, a lavra de aluviões auríferos vem sendo feita desde 1856.
Em 1895, Miguel Arrojado Ribeiro Lisboa empreendeu uma viagem de estudos na bacia do Rio Gurupi, cujos resultados permaneceram inéditos durante 40 anos. Poucos anos após seu falecimento, o seu filho Dr. Joaquim Miguel Arrojado Lisboa encontrou, entre os documentos daquele ilustre engenheiro de minas, um resumo do relatório apresentado ao Barão de Capanema, que lhe havia incumbido de realizar os estudos geológicos necessários ao preparo de um plano de exploração das jazidas