a notar a sua existência, chamando assim para ela a atenção dos que procuram depósitos auríferos para explorações industriais, aos quais compete proceder às pesquisas referidas. Parece-me, porém, que deva ser antes nos filões da rocha do que nos restos de aluviões que há de basear-se a mineração futura desta região, caso a indústria mineira aí torne a se estabelecer.
"Para o modo de ser do ouro, verificado por mim, isto é, em filões pequenos e irregulares disseminados em uma grande massa de terra, só processos muito aperfeiçoados e uma extração em grande escala e a preço ínfimo poderão dar resultados vantajosos.
"Sobre a existência de vieiros de maior possança e riqueza nada vi que justifique uma opinião, mas, por outro lado, nada há verificado que torne descabida pesquisas com o intuito de descobri-los."
Foi no estado de São Paulo que, em meados do século XVI, se descobriram as primeiras minas de ouro do Brasil. Confirmaram estes achados missivas do Bispo Sardinha e do Padre Anchieta, datadas respectivamente de 1552 e 1554. As jazidas auríferas são verificadas nas expedições de 1560 e 1562, do provedor Braz Cubas e seu auxiliar Luiz Martins.
Segundo Eschwege, "as primeiras notícias de interesse do governo pela lavra de ouro no estado de São Paulo encontram-se no decreto de 15 de agosto de 1603. Mas a lei ficou sem execução durante meio século, e somente em 1662 passou a vigorar em São Paulo, reforçada depois pelo decreto de 4 de outubro de 1659, onde o governador do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benevides, incumbiu ao Capitão-Mor de São Vicente, Antonio Ribeiro Moraes, de inspecionar as lavras de ouro e fazer executar o dito decreto. Mais tarde, em 1660, visitou o mesmo governador pessoalmente as lavras