Uma das grandes dificuldades com que tem lutado o desenvolvimento da indústria extrativa é, por certo, a falta de vias de comunicação. As jazidas mineiras de Morro Velho, Gongo e outras, retorquir-se-á, puderam chegar ao apogeu de sua produção em fase de nossa história econômica em que não existiam estradas boas. Não é tão absoluta assim a verdade, e quando o fosse, lembraríamos que do Gongo até o Rio de Janeiro a distância máxima anda por cem léguas; como aplicar o argumento a Goiás ou a Mato Grosso, onde os territórios a atravessar representam extensões quíntuplas daquelas?
E depois convém notar que a fase industrial é inteiramente diversa.
Quando, na primeira metade do século XIX, começou o florescimento das empresas, os processos de preparação mecânica dos minérios e sua metalurgia estavam muito atrasados em toda parte, e podiam ser satisfeitos com elementos de produção regional: as madeiras, a própria zona fornecia; os pilões fabricavam-se com ferro das pequenas forjas italianas ou de cadinhos da região; só vinham de fora, do Rio ou da Europa, objetos manufaturados que não podiam ser obtidos com recursos locais, reativos para a purificação dos metais, mercúrio, e as importações suntuárias. Mesmo assim a dificuldade de comunicações era tal que um diretor de Morro Velho, Gordon, construiu uma estrada de rodagem para diminuir as elevadas despesas com os transportes por meio de tropas e de carros de bois, obra que até hoje perdura e de que se admiram restos nos campos entre Miguel Burnier e Itabira do Campo.
De encontro a isto, os processos modernos, aperfeiçoadíssimos, só permitem a lavrança econômica, principalmente para as minas do teor médio e baixo como as