Viagem ao Rio Grande do Sul

com homens na maior parte sem moral e sem virtudes.

Os brasileiros, tomados em massa, são certamente superiores aos americanos-espanhóis; todavia não existe entre eles um verdadeiro patriotismo; não os creio capazes de arroubos de desprendimento. Em uma insurreição ver-se-ão chefes ambiciosos formarem partidos, arrebanhando essa multidão de preguiçosos e desprotegidos da fortuna que pululam no Brasil."

Ou então as conclusões que tirava da política do Império após a volta de D. João VI a Portugal:

"Era impossível continuar a considerar como colônia um país onde o soberano tinha sua residência. Declararam-no, então, igual às provincias europeias e abriram seus portos a todas as nações. Mas pararam aí e, por singular contradição, deixaram uma administração colonial em um país que não era mais colônia. Cada capitania ficou sendo uma espécie de "pachalick" onde o capitão-general continuava a gozar de um poder absoluto e onde podia, a seu talante, reunir em si todos os poderes.

Nada mudou no processo desigual de lançamento dos impostos. Assim, apesar do empobrecimento dos mineiros, continuaram a taxá-los com um imposto duplo sobre as mercadorias que haviam já pago um primeiro nos portos. Apesar dos goianos não tirarem mais ouro de suas terras, nada tendo para vender, continuaram a exigir-lhes os dízimos, que, aliás, só podem ser pagos em terras e objetos. Cada capitania conservou seu tesouro separado, sendo obrigada a viver de suas rendas. Enfim, não existe, ainda, uma armada brasileira, mas todas as províncias tem suas tropas particulares, que não se entendem com uma direção comum e nem se compõem de um só conjunto.

Tive, já, ocasião de expor alguns inconvenientes desse sistema militar; para esta capitania eles existem e