V
EXECUÇÃO DAS LEIS
"Incontestável é o progresso de São Paulo em todas as esferas da atividade social, diz o Dr. Cesario Mota. O aumento das suas rendas, o desenvolvimento das estradas de ferro, a criação de novas indústrias, tudo atesta o desdobramento das forças, da riqueza deste Estado. Em um ponto, entretanto, não se pode desconhecer a lentidão com que tem marchado: é em relação à instrução popular. O coeficiente da frequência da população escolar é pequena, e quiçá diminuindo de quadras anteriores. Não possuímos estabelecimentos de ensino na proporção das necessidades do povo. As escolas são sem mobília, em geral, e sem condições higiênicas. Os professores não encontram estímulo. Nada indica desenvolvimento da instrução. Nem é de hoje esse fenômeno. A nossa sociedade dividia-se em duas classes: a dos que apenas aprendiam os rudimentos ensinados nas escolas públicas e a dos diplomados pelas nossas Academias".
Dir-se-ia que tendo a escravidão aviltado o trabalho, os brasileiros ficaram reduzidos a fazer com que seus filhos ou se tornassem proprietários de fazendas, ou se formassem em alguma das nossas Faculdades; e como não havia escolas profissionais, os que não podiam se matricular nas Escolas Superiores ou faziam-se agricultores nos eitos, ou comerciantes nos balcões e industriais nas fábricas. O resultado é que a massa da população não se achava com o preparo preciso para tomar a direção de seus negócios, e muito menos para desempenhar os árduos