com vagar, e, para quem qualquer estimulação artificial pode prejudicar. Com eles, como com todas as crianças, a natureza é a mais segura guia. Na 2ª, 3ª e 4ª classes há crianças vindas de outras escolas. Trouxeram com elas hábitos preguiçosos e de desatenção, assim como um conhecimento imperfeito das cousas que lhes ensinaram, ou que lhes deviam ter ensinado. Alguns destes ficarão na mesma classe no outro ano. As crianças brasileiras são naturalmente fáceis de compreensão e amigas do trabalho. Tudo que o professor tem a fazer é remover os obstáculos, que o espírito e caráter das crianças desenvolvem espontaneamente. Mas isto é que necessita toda a habilidade do professor. Uma escola não é uma massa de matérias heterogêneas reunidas, por acaso, para moços e moças sem preparo e que a experiência reduz a uma massa homogênea; mas compõe-se de matéria viva e tem muitas variedades de caráter e a questão está em dar a cada criança uma oportunidade para desenvolver o que há de melhor e mais alto em sua natureza, de acordo com as leis que Deus implantou nela. Se as crianças brasileiras (e todas as crianças até 16 anos) estão atrasadas relativamente ao desenvolvimento industrial, intelectual e moral, é isso culpa do ensino e não delas.
Alunos da Escola Normal — Os alunos do terceiro ano da Escola Normal frequentaram a Escola Modelo para fins de observação e prática. Compareciam em grupos entre as 11:30h da manhã até 2:30h da tarde, ficando cada aluno duas horas por dia. A classe conpunha-se de 12 moços e 19 moças. Duas moças perderam o ano por ato da congregação datada de 30 de julho, uma tendo 42 faltas justificadas e a outra tendo 30, das quais 15 não justificadas. A influência produzida pela execução desta sábia lei da escola foi imediatamente seguida de bons resultados. Antes disso haviam muitas faltas e indiferença geral; depois disto pareceu-me que uma responsabilidade pessoal, uma mais alta apreciação do dever e uma louvaável disposição de indústria, principalmente