A instrução pública e o estado de São Paulo - 1º vol.

assumiram envergadura, tinha-se, nesse dia ou na véspera a Oração de Sapiência, e Profissão de Fé, ordenada pelo Concílio de Trento. Assistiram professores e alunos. As festas que acompanham a inauguração, repartiam-se pelas respectivas classes segundo a ordem ascendente. Em 1574, depois do discurso de praxe, distribuíram-se os prêmios aos discípulos mais adiantados ou que mais se distinguiram no estudo da caligrafia, aritmética e catecismo: era o dia dos estudos elementares. O segundo dia reservou-se aos estudos superiores, duas aulas de Humanidades, e uma de Artes ou Filosofia. Cada qual teve as suas festas privativas. Na segunda classe de Humanidades, houve diálogo latino, entrecortado por um discurso em verso e outro em prosa; na primeira classe, declamaram-se duas peças oratórias; igualmente em prosa e verso. O curso de filosofia assumiu caráter científico. Realizou-se um ato público em que os alunos, disputando entre si, mostraram o respectivo adiantamento. Assistiam as mais importantes pessoas da cidade, com o governador, a quem se dedicou também por ocasião da sua chegada em 1573, um diálogo aparatoso. O governador prometeu concorrer daí por diante, com prêmios aos alunos. Estas festas com serem de recreação e alívio aos estudantes, eram essencialmente pedagógicas. O Colégio de Pernambuco não se deixou vencer pelo da Bahia. Em 1573, inauguram-se os estudos "com tanto aparato e concerto que em qualquer Universidade não se faria melhor" assinala um alto personagem, o Dr. Antonio Salema (futuro governador do Rio de Janeiro). Oração de Sapiência, um diálogo, prêmios, enigmas, e profissão de fé. Concorreu toda gente da vila e dos engenhos e fazendas vizinhas. A cultura humanística desenvolvia-se, pois, no Brasil e ia atirando a barra cada vez mais alto... (História da Companhia de Jesus no Brasil, pelo padre Serafim Leite, São I., vol. I., Lisboa, 1938.)

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