ares, mui delgados e sadios, de muito frescas e delgadas águas, e mui abastada de mantimentos naturais da terra, de muita caça, e muitos e mui saborosos pescados e frutas, a qual está arrumada pela maneira seguinte.
A Bahia se entende da ponta do Padrão ao morro de Tinharé, que demora um do outro nove ou dez léguas, ainda que o capitão da capitania dos Ilhéus não quer consentir que se entenda senão da ponta da ilha de Taparica à do Padrão; mas está já averiguada por sentença, que se entende a Bahia da ponta do Padrão até Tinharé, como já fica dito; a qual sentença se deu por haver dúvida entre os rendeiros da capitania dos Ilhéus e da Bahia, sobre a quem pertenciam os dízimos do pescado, que se pescava junto a este morro de Tinharé, o qual dízimo se sentenciou ao rendeiro da Bahia, por se averiguar entender-se a Bahia do morro para dentro, como na verdade se deve de entender.
CAPÍTULO XVI: Em que se declaram as barras que tem a Bahia de Todos os Santos, e como está arrumada a ilha de Taparica, entre uma barra e a outra.
Acima fica dito como dista a ponta de Tinharé da do Padrão nove ou dez léguas, entre as quais pontas da banda de dentro delas está lançada uma ilha de sete léguas de comprido que se chama Itaparica, a qual Thomé de Sousa, sendo governador-geral do Estado do Brasil, deu de sesmaria a D. Antonio de Ataide, primeiro conde de Castanheira, o que lhe S. Alteza depois confirmou, e lhe fez nova doação dela, com título de capitão e governador;