ao que veio com embargos a câmara da cidade do Salvador, sobre o que contendem há mais de 30 anos, e lhe impediu sempre a jurisdição, sem até agora se averiguar esta causa. Deixa esta ilha entre si e o morro de Tinharé outra baía mui grande, com fundo e porto, em que podem entrar naus de todo o porte, e tem grande ancoradouro e abrigada à sombra do morro, de que se aproveitam muitas vezes as naus que vêm do reino, quando lhe escasseia o vento, e não podem entrar na baía da ilha para dentro. Da ponta desta ilha de Itaparica à ponta do Padrão está a barra de leste, e entre a outra ponta da ilha e a ponta de Jaguaripe está a barra de loeste, por cada uma destas barras se entra na baía com a proa ao norte. A barra de loeste se chama de Jaguaripe por se meter nela um rio do mesmo nome. Haverá da terra firme a esta ponta da ilha perto de uma légua de terra a terra, a qual barra aparcelada por ser cheia de baixos de areia, mas tem um canal estreito por onde navegam, pelo qual entram caravelões da costa e barcas dos engenhos; mas há de ser com tempos bonançosos, porque com marulho não se enxerga o canal. E corre grande perigo quem se aventura a cometer esta barra de Jaguaripe com tempo fresco e tormentoso.
CAPÍTULO XVII: Em que se declara como se navega pela barra de Santo Antônio para entrar na baía.
A barra principal da baía é a da banda de leste, a que uns chamam a barra da cidade e outros de Santo Antônio, por estar junto dela da banda de dentro em