O negro brasileiro 1º v. - Etnologia religiosa

deste livro. Isso para me referir tão só à documentação, sem falar nos falsos ângulos de visão da ciência da época, toda impregnada de Gobineau, de Lapouge, dos teóricos das teses das desigualdades raciais.

Como para a América do Norte, como para as Antilhas, o negro foi introduzido no Brasil para mão de obra, nas plantações de açúcar e algodão, cacau e café, nas zonas agrícolas de Pernambuco, Bahia e Rio, a princípio, depois Maranhão e estados limítrofes, e por fim nas zonas centrais de mineração. Em trabalho ulterior, procuraremos estudar essas questões de pura história do tráfico negro, discriminação étnica das tribos importadas e assuntos correlatos. É tão grande a confusão nessas pesquisas, que os nossos mais eruditos historiadores e sociólogos tropeçam ainda em fatos elementares como devia ser o estudo da discriminação das trios importadas, seu valor numérico, antropológico, sociológico etc. Oliveira Vianna(8) Nota do Autor colocou a questão nos seus devidos termos, quando observa que não basta estudar "uma" raça negra, mas "vários" tipos negros, equação esta que deve ser armada igualmente para o branco e o índio. Mas é esse mesmo eminente sociólogo que, procurando resolver o problema posto por ele no concernente ao negro, ora faz uma discriminação apressada dos "tipos" aqui introduzidos(9) Nota do Autor ora esquematiza uma modalidade temperamental que