Prefácio da segunda edição
A publicação, em 1931, de O negro brasileiro, chamou a atenção para um assunto que vivia esquecido desde os tempos de Nina Rodrigues. Este livro, que sistematizava os ensaios parcelados que havíamos iniciado, desde 1926, na Bahia, era na realidade o primeiro volume de uma obra mais vasta, cuja autoria já não me pertence isoladamente. Colaboradores das mais variadas partes do Brasil puseram-se a estudar um problema que está hoje dentro das nossas cogitações permanentes. Já podemos falar numa fase pós-Nina Rodrigues dos estudos do Negro com a reinterpretação metodológica e os acréscimos necessários à obra que o grande mestre deixou inacabada.
Não foi só entre nós que o tema despertou um interesse tão amplo. De várias partes do mundo, recebi as mais calorosas palavras de animação e aplauso. Antropólogos e africanistas notáveis me distinguiram com as observações oportunas e sábias, as suas análises em revistas técnicas ou as suas citações em livros definitivos. A correspondência assídua com que me honrou o malogrado Lucien Lévy-Bruhl é uma dessas condecorações que guardo com o maior carinho.
Tenho a destacar, com desvanecimento, as cartas, análises críticas, citações, de Melville J. Herkovits, o grande africanista da Northwestern University; de Percy A. Martin, da