Durante os quinze anos subsequentes à publicação dos Vestiges, muitos naturalistas exprimiram a sua crença no desenvolvimento progressivo das formas orgânicas; a seu turno, em 1852, Herbert Spencer estampou um ensaio(10), Nota do Prefaciador no qual comparou as teorias da criação e do desenvolvimento dos seres vivos, fazendo-o com tanta habilidade a força de lógica, que levou a convicção a todos os leitores despreocupados; mas nenhum desses escritores sugeriu qualquer teoria definitiva do como se operava atualmente a transformação das espécies. A primeira notícia dessa descoberta só se deu em 1858; e, em conexão com ela, posso abalançar-me, talvez, a fornecer uns poucos informes pessoais.
Desde que li os Vestiges, capacitei-me de que o desenvolvimento das espécies se realizava por meio dos processos ordinários de reprodução; mas, malgrado achar-se isso largamente admitido, ninguém tinha ainda exposto as várias razões de evidência, que o tornavam quase uma certeza. Esforcei-me por fazer isso num artigo, escrito em Sarawack no mês de fevereiro de 1855, o qual foi inserto, em setembro do mesmo ano, nos "Annale of Natural History". Confiando principalmente nos fatos, bem conhecidos, da distribuição geográfica e da sucessão geológica, deduzi deles a lei, ou generalização, de que "cada espécie veio à luz em coincidência, tanto espacial, quanto temporal, com espécies preexistentes, estreitamento aliadas"; e mostrei