as dificuldades". Extensa sinonímia tem esta palavra: vide em Muxirão.
Agarrado: espaço angusto, apertado, estreito entre pedras das grunas ou grotas. Empregou-o Afrânio Peixoto, à pág. 204 da Bugrinha (2.ª ed.): "...Nessa faina, entre miséria e esplendor, a epopeia sobre-humana do rompedor das grunas, que rasteja pela solapa das grotas, entre pedras apertadas, espaços angustos, através dos quais um corpo esguio já não pode passar, que tem antepostos a água que sangra das profundezas da lapa, as jaracuçus ou lacraias acoitadas nos ninhos da rocha, e os tem de vencer, como puder, a unha, a dente, a faca, prosseguindo sempre além dos agarrados, pois que lhe não é mais lícito volver atrás, de onde vem vindo os outros, que, se ele para, o rompedor, impelem-no por diante, furando-lhe os pés, a aguilhão, queimando-os a candeia ou resina acesa, para que, sempre em frente, contra tudo, contra a mesma impossibilidade da natureza das pedras, que de si recusam ser violadas, as viole e vença finalmente conquistadas..."
Agregado: na Bahia e Estados vizinhos para o norte assim se chama ao trabalhador dos engenhos de açúcar e fazendas, que mora nas terras do proprietário, cultivando-as mediante certas condições, dentre as quais a de dar alguns dias de trabalho remunerado ao dono da terra. Em Pernambuco, segundo Pereira da Costa, denomina-se morador ou morador de engenho, do qual deu uma exata descrição L. F. de Tollenare, em 1817. Alfredo Brandão, à pág. 218 da sua Viçosa de Alagoas, ao fazer a descrição perfeita da vida de um engenho, escreve: "... com ele, o trabalhador, pode o senhor de engenho contar nas diferentes épocas do ano. Apesar de trabalhar alugado e prestar o seu concurso ao engenho, ainda dispõe de algum tempo para lavrar o seu roçado e plantar os cereais mais necessários. Possui um cavalo, cria o seu porco e as suas galinhas e tem ainda uma cabra que lhe fornece o leite para alimentar as crianças". No Rio Grande do Sul, informa Callage que é pessoa pobre que, em falta de campo próprio, se estabelece em estância alheia, com licença do respectivo proprietário e mediante certas condições. Tratando do domínio rural nos tempos coloniais (Populações Meridionais do Brasil), Oliveira Vianna traça o perfil dos agregados, "diferentes dos escravos pela sua origem étnica, pela sua situação social, pela condição econômica e pela sua residência fora da casa senhorial". "São uma sorte de colonos livres". "Habitam fora do perímetro das senzalas, em pequenos lotes aforados, em toscas choupanas, circundantes ao casario senhorial, que, do alto de sua colina, os centraliza e domina. Da terra fértil extraem quase sem nenhum trabalho, o bastante em caça, frutos, cereais, para viverem vida frugal e indolente. Representam o tipo do pequeno produtor consumidor,