e araribais desfilam" (Trechos de um artigo de Raymundo Lopes, publicado no O Jornal do Rio de Janeiro, de 27 de novembro de 1927, a respeito da riqueza dos palmares maranhenses).
Araruama: ouvido pelo Prof. Honório Silvestre na baixada fluminense no sentido de caipira, tabaréu, babaquá. Citado pelo mesmo geógrafo em seu trabalho "Coisas de Negros", publicado no Jornal do Commercio (1936).
Araxá: alto chapadão ou planalto. Couto de Magalhães refere-se à página 167 do seu O Selvagem, ao platô ou araxá central do Brasil. Theodoro Sampaio diz ser um planalto ou chapadão no mais alto de um sistema montanhoso, onde se está em posição de ser o primeiro a ver e o último a deixar de ver os raios do sol. Segundo Couto de Magalhães, é vocábulo tupi-guarani; Theodoro Sampaio julga-o vocábulo tapuia. Hoje em dia é frequente nas publicações geográficas sobre o Brasil a adoção deste termo substituindo o francês plateau ou platô, como escreveram alguns. De Araxá foi que H. von Yhering e depois Delgado de Carvalho formaram o nome de Araxana para designar uma das regiões zoogeográficas do Brasil, a que abrange todo o Nordeste brasileiro e o nosso interior sertanejo, subdividida em Araxana Setentrional e Meridional.
Araxana: nome proposto por Hermann von Yhering, sábio naturalista que, por 20 anos (1895-1915), foi Diretor do Museu Paulista, para designar uma das três províncias zoogeográficas em que dividiu o Brasil, isto é, a que abrange todo o Nordeste brasileiro e o interior sertanejo, alcançando e ultrapassando até a linha Paraguai-Paraná. Esta província compreende por sua vez duas subprovíncias: Araxana setentrional — o Nordeste e bacia do São Francisco e Araxana meridional — a região dos campos ou bacia do Prata. A classificação zoogeográfica de Hermann von Yhering, que foi apresentada no vol. 1. dos Catálogos da Fauna Brasileira, editorados pelo "Museu Paulista", trabalho meritório de colaboração entre os Drs. Hermann e Rodolpho von Yhering, foi vulgarizada pelo Dr. Delgado de Carvalho em sua Geografia do Brasil — Tomo I — pág. 69.
Ar de dia: expressão muito correntia em todo o Nordeste brasileiro, da Bahia ao Piauí, designativa de crepúsculo matutino ou vespertino. No nordeste da Bahia frequentes vezes ouvimos: cheguei com ar de dia, saí com ar de dia — para designar a madrugada ou as ave-marias, a tardinha. Registou-a Leonardo Motta à pág. 240 do seu Sertão Alegre.
Areião: larga extensão de terrenos coberta de areia; grande areial. Registado por Macedo Soares, Amadeu Amaral, Valdomiro Silveira e outros. "O areião do São José, lá embaixo, faiscou, e a espaços voltas e anéis do rio, batidos de chapa, pareciam uma serpente de luz..." (Afrânio Peixoto. Bugrinha. Pág. 10