Dicionário da terra e da gente do Brasil

da 2. edição). "Logo depois de Assis até Indiana encontra-se uma zona arenosa, na qual não há estradas para automóveis. O terreno é formado por extensos areões, semeados de tocos, e os caminhos não passam, em geral, de velhos trilhos, de há muito usados para o trânsito de boiadas e de carros de bois" (Do Jornal Boas Estradas da Associação Paulista Boas Estradas, n. 3, Ano VIII, pág. 7).

Areias gordas: nome que, segundo informações do venerando e erudito Dr. Filinto Bastos, em certos sítios do recôncavo da Bahia, se dá ao terreno arenoso no qual, sem adubo especial, se desenvolvem plantações de cereais e de fumo.

Areias gulosas: denominação da bacia tocantina, designativa de certa areia argilosa, muito fina, onde se entranha facilmente tudo que por ela passa. Ignacio Baptista de Moura a elas se refere na descrição da viagem que fez de Belém a São João do Araguaia. "As terras de ambos os lados são altas e com ondulações para o centro; o próprio leito do rio está aí atravancado de coroas de areia argilosa, especialmente de umas a que chamam gulosas, por serem tão finas que fazem enterrar, como em abismo oculto, as pernas dos que por elas transitam" (Opus cit. pág. 141). No "Vocabulário" anexo ao seu livro Puçanga, Peregrino Júnior escreve que areia gulosa é o solo da beira de certos rios, coberto de areia, onde os animais se atolam facilmente: os ribeirinhos chamam também areia engulideira. H. Jorge Hurley escreveu-nos: "areias gulosas são as das praias novas, ainda não consolidadas, que dificultam a marcha do mariscador de tamarus, cutucas e seriboias, excelentes iscas para o espinhel. Os mapeuas, as coroas e as restingas dispõem de muitos trechos de areias gulosas". Descrevendo o tijuco dos rios da região do Baixo Amazonas Friedrich Katzer, eminente geólogo austríaco, que por muito tempo dirigiu a Seção de Geologia do Museu Paraense, fala de tais areias, segundo nota da Comissão de revisão de seu trabalho — Geologia do Estado do Pará (Vide Boletim do Museu Paraense Vol. IX, 1933, pág. 60).

Areiusca: assim chamam, em São Paulo e também na Bahia, à terra misturada de areia, análoga aos terrenos que, no Nordeste, se denominam ariscos ou areíscos. Devemo-lo à informação de A. Taunay (Carta de 3-11-927).

Arenga de mulher: nome que, em Pernambuco, se dá à chuva miúda, constante, prolongada, segundo refere F. A. Pereira da Costa. Também usado no interior do Piauí.

Arisco: também areísco, termo do Nordeste brasileiro, especialmente usado na Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, que designa terreno areno-humoso, de grande fertilidade e cuja formação se encontra na região paraibana denominada Brejo (que se estende sobre toda a serra de Borborema, ocupando um planalto

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