Albano, no seu vingador Mané Chique-Chique, à pág. 23, escreve: "Com as primeiras pancadas d'água, brota por todos os sertões a babuge, que é com avidez devorada pelos animais famintos. Se continuam as chuvas vem a rama, em seguida o pasto".
Bacabal: sítio onde crescem bacabas ou bacabeiras, palmeiras da Amazônia, rivais da açaí, no dizer do saudoso Padre Carlos Teschauer. "Fomos almoçar na chamada Ponta do Bacabal. Aí predominam, de fato, do lado oposto do rio, elegantes exemplares dessa palmeira, agora justamente com cachos, mas ainda vermelhos e, portanto, maduros" (Gastão Cruls — A Amazônia que eu vi pág. 162). À utilidade e frequência da bacaba (Aenocarpus bacaba - Mart.) refere-se A. J. Sampaio à pág. 72 da sua A Flora do rio Cuminá (Arquivos do Museu Nacional, vol. XXXV).
Bacucu: termo usado no litoral do norte de Santa Catarina (Município do São Francisco), designativo de praieiro pescador. Informação de Affonso Taunay.
Bacurau: alcunha dada no Rio de Janeiro aos negros. Registada por A. Taunay.
Baetas: alcunha com que os habitantes do litoral denominavam os primeiros habitantes de Minas Gerais, porque estes andavam encapotados, envolvidos no tradicional capotão de baeta azul, nas viagens, durante o tempo frio, nublado ou chuvoso, através das estradas montanhosas de sua terra natal (Nelson de Senna).
Bafuge: nome que os pescadores do recôncavo baiano dão ao vento muito brando e intermitente. É, certamente, corruptela de bafagem, vocábulo português que significa aragem, sopro brando e interrompido, viração (Aulete). Entretanto é de ouvida comum no recôncavo: "Levei horas navegando, pois não havia nenhuma refrega; de vez em quando aparecia uma bafuge (Informação de Arthur Neiva).
Bagaceira: lugar ao lado dos engenhos de açúcar, onde são depositados os detritos da cana moída, o bagaço, não só para que seque ao sol afim de ser utilizado como combustível, mas também para alimentação dos gados. Por extensão, escreve José Américo de Almeida no "Glossário" anexo ao seu belíssimo livro A Bagaceira, designa o ambiente moral dos engenhos. Daí o ter assim denominado o seu admirável romance.
Bagageiras: registado por Everardo Backheuser no seu Glossário de Termos Geológicos e Petrográficos, com a significação de favas cinzento-azuladas, satélites do diamante. A. Taunay no Léxico de Lacunas regista bagageiro como nome que, nas lavras diamantinas, dão ao epídoto.