A expedição do acadêmico G. I. Langsdorff ao Brasil, 1821-1828

Prefácio

Ao ser designado para chefiar a Seção Centro e Sul-Americana de Antropologia e Etnografia do Museu Pedro, o Grande, da Academia de Ciências, K. K. Guil'zen (*)Nota do Autor encontrou aí grande número de espécimes de difícil identificação, pois uma parte de suas etiquetas se achava inteiramente perdida, e da outra parte restavam apenas inscrições muito lacônicas, às vezes só constando o nome de Langsdorff. A origem desses exemplares, que em sua maioria datam da primeira metade do século XIX, está envolta nas sombras da incerteza. Entre eles chamou-nos particularmente a atenção a coleção de adornos de plumas, muito bem conservada. Durante minha viagem ao Brasil em 1914-1915, vi no Museu do Rio de Janeiro grande quantidade de adornos idênticos aos nossos exemplares e que tinham pertencido à tribo mundurucu. Ali, pela primeira vez, ouvi falar na grande Expedição russa ao Brasil, tendo à frente um tal Langsdorff. Após meu regresso a Petrogrado, K. K. Guil'zen começou a pedir informações a respeito de Langsdorff e logo ficou sabendo ter sido um acadêmico do começo do século XIX, e só. As fontes russas eram escassas limitando-se quase exclusivamente à indicação de que fora cônsul russo no Brasil.

O artigo de Ratzel no Allgemeinc Deutsche Biographie deu o fio da meada para buscas posteriores, embora seu tema principal fosse a viagem de circunavegação do globo, de Langsdorff, anterior à Expedição ao Brasil.

A casual descoberta do artigo, na íntegra, de K. Steinen, dedicado a essa Expedição e publicado na revista Globus, VLXXV,