Viagem pelo distrito dos diamantes e pelo litoral do Brasil

favorável ao contrabando, e a aguardente apreendida pelos pedestres é confiscada em seu proveito.

Em dez anos, de 1807 a 1817, o Distrito dos Diamantes forneceu, em media anual, 18.000 karats (20) Nota do Autor. Se as notas que possuo são exatas, os diamantes do Brasil teriam sido empenhados durante vários anos para a obtenção de empréstimos na Holanda, a fim de satisfazer os pedidos de numerário feitos pelo imperador Napoleão; eles teriam sido enviados anualmente, em bruto, à casa Hoppe & Comp., de Amsterdam; somente os maiores teriam sido reservados para o rei; a casa Hoppe teria recebido os outros à base de 7$200 o karat, e, lapidados, esses mesmos diamantes seriam vendidos na Inglaterra por cerca de 25 a 30$000; mas enfim os empenhos contratados teriam cessado em 1817, e então o rei D. João VI teria readquirido todos os seus direitos.

O governo chegou a dispender cerca de um milhão de cruzados nos trabalhos de extração dos diamantes; mas atualmente ele não emprega mais de 300.000 cruzados, sendo a isso que se denomina assistência (21) Nota do Autor. Essa soma é retirada da receita da província e enviada semestralmente à junta diamantina pela junta do tesouro real de Vila Rica (junta da fazenda real). É de se observar que o produto do quinto cobrado sobre o ouro em pó que se funde nas quatro intendências (vide minha Primeira Viagem, vol. I) é atualmente aplicado na despesa dos diamantes. Chegada ao Tejuco a assistência é depositada no tesouro; a junta dela lança

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