Viagem pelo distrito dos diamantes e pelo litoral do Brasil

mão para pagar os ordenados dos empregados, as diárias dos negros, as diversas despesas do serviço, enviando-se anualmente uma conta corrente ao Ministério. Os vencimentos do intendente, do fiscal, do escrivão da junta e da companhia de pedestres, chamada companhia da intendência não estão incluídos na assistência; são pagos separadamente pela junta real de Vila Rica, mas oriundos igualmente da receita da Província.

Durante muito tempo a administração pagou as diárias dos negros e os víveres adquiridos para nutri-los em vales chamados de extração real (bilhete de extração real). Esses vales, feitos a mão, trazem os nomes dos credores aos quais são emitidos e são assinados pelo intendente, por um dos tesoureiros, pelo guarda-livros e pelo empregado encarregado de seus registros. A época do pagamento não é indicada; é somente dito que eles serão pagos a quem os apresentar, mas a princípio eram trocados por ouro ao fim de um ano. Entretanto a administração tendo se endividado por diversas circunstâncias: pela remessa que foi feita ao soberano de metade da assistência, quando de sua chegada ao Brasil pedira o dinheiro que se achava em caixa; pela alta considerável que os víveres tiveram em 1814; por um atraso de seis meses que a junta de Vila Rica incorre nos pagamentos da assistência; pelo estabelecimento das forjas do Morro de Gaspar Soares, cujas despesas foram todas feitas pela administração diamantina, por ordem do governo; enfim talvez pela facilidade com a qual as administrações, como os particulares, fazem despesas desde que não seja preciso desembolsar dinheiro em espécie; a administração, digo eu, achando-se endividada, os vales

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