O Professor Paulo Barbosa de Campos Filho procedeu à análise de mais três dissertações de Rodrigues Alves, apresentadas em outros anos do curso e conservadas ainda na Faculdade, no ano do centenário do grande aluno. Versavam sobre direito público constitucional e das gentes (reunidas as matérias em uma só cadeira), penal e administrativo. Pelo trabalho do Professor Barbosa de Campos Filho, e pelas citações nele contidas, verifica-se que as dissertações são importantes por contarem enérgicas manifestações de caráter político. Nelas Rodrigues Alves critica a diplomacia do Império que, a seu ver, havia descurado de alertar o governo sobre os preparativos de Solano López; ataca os ministros que não haviam cuidado convenientemente da nossa defesa, mesmo através de uma ação preventiva extrafronteiras; condena a ação do Executivo na interpretação arbitrária das leis (tal incumbência era então estranha às atribuições do Judiciário) e defende com calor a liberdade de imprensa.
Os exames orais, que marcavam a terminação do ano letivo, eram chamados atos, e os alunos a eles compareciam de casaca, para serem arguidos sobre pontos sorteados de véspera.(10) Nota do Autor Correspondiam às atuais provas de aula, dadas pelos candidatos à docência. Não existia a nota chamada hoje distinção. Todos os assentos existentes na Faculdade sobre o estudante Rodrigues Alves mencionam a sua aprovação, do primeiro ao último ano, com o grau plenamente, que era o máximo.
POLÍTICA ESTUDANTIL
Na Faculdade de Direito os estudantes já se apresentavam divididos politicamente em liberais e conservadores. Rui Barbosa dominou, desde que veio da Bahia, a ala liberal, na qual encontrou Afonso Pena. Rodrigues Alves colocou-se sem hesitação entre os conservadores, posição partidária que ele levou dos bancos acadêmicos para as bancadas parlamentares e em que se manteve, sem vacilações e com grande energia, até a República.