na forma do Concílio Tridentino, sem impedimentos, precedendo primeiramente o sacramento da penitência, pelas oito horas da tarde, com provisão de licença e sendo os contraentes fregueses desta Matriz, em minha presença e das testemunhas abaixo assinadas por palavras de presente se receberam em matrimônio Domingos Rodrigues Alves, filho legítimo de Manuel Rodrigues Alves e de D. Francisca Pereira, natural e batizado na Freguesia da Correlhã, termo da Vila de Ponte de Lima, do Arcebispado de Braga, e D. Isabel Perpétua de Marins, filha legítima do Alferes Antônio de Paula e Silva e de D. Maria Luísa dos Anjos Querido, natural e batizada nesta Matriz, e não receberam as bênçãos nupciais por ser em tempo feriado, e ficaram para recebê-las post Dominicam in Albis, do que para constar fiz este assento que assinei com as testemunhas. O vigário colado Manuel da Costa Pinto. Francisco Joaquim Pereira. Inácio José da Costa."
A primeira testemunha, Francisco Joaquim Pereira, era sogro de João Rodrigues Alves, irmão de Domingos. A esposa deste é que era parenta de Isabel Perpétua (Nhá Bela).
Com outra filha do mesmo casal Paula e Silva, Guilhermina Maria das Dores (Nhá Mina), casou-se o jovem José Martiniano de Oliveira Borges, filho de Francisco de Assis e Oliveira Borges, visconde com grandeza de Guaratinguetá e de sua mulher Ana Silvéria Umbelina do Espírito Santo. Homem de grande fortuna e largo prestígio, o visconde era o maior chefe conservador do chamado Norte de São Paulo.
O Visconde de Guaratinguetá era de humilde extração. Seu pai, Inácio Monteiro, era oficial pintor, depois somente tornado lavrador. Seu avô, Antônio Monteiro, era cabeleireiro em São Paulo no fim do século XVIII, e o sogro deste, José de Passos da Silva, alfaiate. A fortuna lhe veio a princípio da primeira esposa, mais tarde viscondessa, que se chamava, como vimos, Ana Silvéria do Espírito Santo e provinha das famílias Gomes Landim, de Lorena, e Rego Barbosa, de Guaratinguetá. Ao longo da vida, pelas qualidades pessoais e o seu trabalho, o Visconde de Guaratinguetá transformou-se em verdadeiro potentado. Pelo seu inventário verifica-se que devia ser um dos homens mais ricos do Brasil, no Segundo Reinado. Falecido em 1879, seu inventário terminou em 1880, sendo Rodrigues Alves advogado da viúva e inventariante, a segunda viscondessa.