Depois que saí de Petrolina, às margens do São Francisco, atravessando os estados acima referidos, somente fui encontrar jornais da capital do país em casa de um senador estadual de Goiás de nome Fleury, que assinava o Jornal do Comercio e era fazendeiro, já perto da capital do estado; mesmo assim, recebia irregularmente o periódico.
Naquelas paragens testemunhei, comovido, o esforço da nossa gente desejando romper a noite escura, que em matéria cultural existe, inventando um sistema pedagógico especial, qual o dos professores itinerantes, recebendo como honorários quantias inacreditavelmente insignificantes, e que pousavam de fazenda em fazenda para ministrar o ensino durante alguns meses, de todo o pouco que sabiam, à meninada daquelas modestas propriedades.
Julga Clovis Monteiro que em toda parte se encontram escolas, igrejas etc. Lugares há onde não existe sombra de colégios ou mesmo de modesta capela. Só se veem míseros habitantes morando em humílimos casebres; infelizmente só isso, meu eminente compatriota.
Nas zonas que se estendem entre a Serra do Duro, em Goiás, e as margens do Rio Preto, no Estado da Bahia, desdobram-se os gerais, através de uma zona fértil e inexplicavelmente desaproveitada. Os habitantes são chamados geralistas. Encontra-se ali agasalho franco, boa hospitalidade o todos os dons da bondade de que a nossa gente é rica, mas, quem pensa e conhece outras terras, não pode entrar em contato com aqueles humildes compatriotas sem um aperto no coração.
Nem o querosene lá chegou. Viviam à luz de candeias, aproveitando o sebo de todos os animais ou o óleo de certas sementes. É um mergulho na história que o viajante faz, inesperadamente, retrocedendo alguns séculos. Encontra um mundo pitoresco para estudar, mas uma dor cruciante constrange a quem pensa no Brasil.
Posso dar o testemunho pessoal que, naqueles gerais, até os sacerdotes de várias ordens católicas somente passam de