Alimentação sertaneja e do interior da amazônia: onomástica da alimentação rural

abóbora cozida a que juntam leite. (A. da Mata). Seg. S. A. Oliveira é alimento preparado com grelos de abóbora (vide cambuquira).

quibe — vide quépi,

quifir[quefir] (corruptela de kefir, leite fermentado, do Cáucaso); no Paraná, refresco feito com um fermento a que chamam "mãe-d'água" ou "água-viva" (?); seg. Chac. e Quint., maio 1941, p. 578, é lactosibiosine.

quimbembé (no Norte): espécie de aluá.

quindim: doce, de gema de ovo, coco ralado, açúcar, manteiga, cravo ou canela, água de flor de laranjeira (assim o quindim de iaiá, em Pernambuco, seg. Gilberto Freire).

quinecu: variedade de arroz.

quipoqué (no Rio Grande do Sul): feijão partido e cozinhado com vários temperos.

quirera: porção grossa que não passa na peneira, assim quirera de arroz (em casca, usada na alimentação de animais, seg. Chac. e Quint de jan. 1941, p. 108). Também se diz caruera, croera ou crueira, v. gr. de mandioca, que no Pará serve para fazer mingaus, beiju, filhoses, pudins e bolos, como da própria farinha d'água, seg. Alfredo N. Pereira, em Chac. e Quint., de maio 1941, p. 623. Há moinhos para quirera (de milho? arroz?), seg. Chac. e Quintais, set. 1940, p. 277.

quirche (Kirsch): bebida alcoólica estrangeira, pouco usada.

quiçamã: mingau de polvilho ou goma de mandioca.

quitute (da gíria): comida gostosa, manjar delicado.

quixaba: fruta de quixabeira, frequente, por exemplo, nas vizinhanças do Arraial de Canudos (Euclides da Cunha — Os Sertões, p. 341, onde diz: "um plaino de quixabeiras"; e em Mato Grosso, seg. Hochne (Mapa Fisionômico).

rã: Rana esculenta, batráquio, iguaria de hotel de luxo e para dieta de doentes (Vide Helena Santos, 1. c.).

rabada (rabo de boi, de jacaré, etc.): guisado de músculos vertebrais e vértebras de rabo de boi, jacaré, etc.; assim rabada com caruru, para comer com angu de milho ou tutu de feijão. Na Amazônia, a ventrecha do pirarucu é mais saborosa do que a rabada (A. da Mata).

rabanada (fatias de parida, no Nordeste, seg. Gilberto Freire 1. c.); espécie de doce, mais geralmente para Natal e Ano Bom, feito de fatias de pão, embebidas em leite e passadas em ovos batidos e depois fritas em banha ou azeite; em seguida são polvilhadas com açúcar e canela.

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