Alimentação sertaneja e do interior da amazônia: onomástica da alimentação rural

roupa velha: carne seca ou fresca, assada ou cozida de véspera (ou que sobra de refeição da véspera), desfiada e levada ao fogo, em refogado.

ruibarbo-das-hortas: Rheum rhaponticum, poligonácea; o pecíolo das folhas grandes serve para doce, em compota (Schultz).

sabongo: doce, de coco ralado, melado e cravo-da-índia, no Nordeste (G. Fr.).

sacharachara (da Bolívia): vide mandioquinha-salsa.

sacurá: bebida fermentada dos índios Aparais, da Amazônia (Anais IX Congr. II, p. 324),

sagu: fécula, de várias plantas denominadas sagueiros, assim várias palmáceas exóticas (v. gr. Borassus flabelliformis, da Índia, e outras) e cicadáceas: Cycas revoluta, C. ciocinalis e outras espécies asiáticas de que são frequentemente cultivadas em nossos parques e jardins urbanos as duas citadas, principalmente Cycas revoluta, com o aspecto de pequeno coqueiro de um a três metros de altura, de estipe simples ou ramificado, coroado por um capitel de longas e graciosas folhas penadas, de uso frequente nas cidades na confecção de palmas e grinaldas de flores naturais.

O sagu extraído da medula de miriti ou buriti (Mauritia vinifera e outras espécies do norte e centro do Brasil) é chamado iparuna; vide este termo.

saguira ou sairu[saguiru]: peixe.

saguaritá: molusco comestível (Seg. A. Vasconcelos).

sal, de cozinha (cloreto de sódio): Segundo os nutrologistas, é o único tempero indispensável, na pequena dose de cinco gramas diárias e por pessoa, no tempero das refeições. Seg. Jean de Leri (1578) os índios tiravam sal da água do mar. (F. C. Hochne - A Bot. e a Agricult. no Brasil (Século XVI), p. 157).

Na Amazônia e no Nordeste há palmeiras que dão sal (das cinzas das raízes ou dos frutos), vide jará-assii.

Nas cidades e até onde chega o comércio no interior, usa-se mais frequentemente o sal marinho, refinado por processo industrial; nos sertões, porém, não é raro o sal de barreiro ou lambedor, isto é, de baixadas salobras que por ocasião das chuvas se transformam em lagoas salinas ou simples alagados, de cujas águas se extrai sal impuro para consumo; vide barreiro, também chamado lambedor, porque quando se escoam as águas, o gado

Alimentação sertaneja e do interior da amazônia: onomástica da alimentação rural - Página 327 - Thumb Visualização
Formato
Texto