Pluto Brasiliensis; memórias sobre as riquezas do Brasil em ouro, diamantes e outros minerais v. 1

OURO EXTRAÍDO NO PERÍODO DE 1600 A 1820.

É empresa difícil determinar com rigor matemático a quantidade de ouro extraído no Brasil desde o tempo das descobertas, porque:

1) Cada um podia minerar livremente como e onde quisesse, sem nenhuma fiscalização, quer dos serviços, quer do ouro produzido, do qual, mais tarde, a lei exigiu a quinta parte para a Coroa. Dependia, pois, da consciência do mineiro o manifestar maior ou menor quantidade de ouro.

Quão maleável era esta consciência, prova-o suficientemente a tabela junto, onde se verifica que, no período de 1700 a 1713, o ouro confiscado se elevou a quantidade igual à de todo o Quinto arrecadado. A falta de oportunidade, a severidade das multas e a rigorosa fiscalização nas fronteiras puderam limitar o contrabando, mas nunca extingui-lo;

2) A arrecadação do Quinto era sujeita a muitas dificuldades e, de 1714 a 1825, foi arrecadada uma importância, de que realmente não se pode afirmar tenha correspondido à realidade. Talvez tenha ultrapassado, pois os mineiros comprometeram-se a dar cada vez mais anualmente, desde que não fossem obrigados a entregar o seu ouro às Casas de Fundição, ou se livrassem da Capitação ou do Censo das Indústrias;

3) Embora as Casas de Fundição fossem estabelecidas em 1725 e funcionassem até 1735, em que

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