aqueles pernambucanos. A Declaração dos Direitos do Homem, o almanaque do Père Gérard, traduzidos para o português, eram especialmente difundidos. E, com isto, o célebre Clube Social, filiado aos jacobinos, mandou emissários a Pernambuco. A história das célebres lojas acadêmicas forma, então, a história mesma da propaganda, para a grande e generosa revolução que devia fazer a independência do Brasil com a República. Foi a prova decisiva e gloriosa, apesar de tudo, do esforço pernambucano em prol de um Brasil realmente soberano e livre. Até um Andrada — Antônio Carlos, ouvidor ali, foi alcançado pela chama. Em sua casa funcionava um dos clubes políticos, a Universidade Democrática. E compreende-se bem a nitidez e veemência do movimento que chegou a ser uma revolução triunfante. Naquele Norte, onde foi mais acesa e vigorosa a luta de defesa da nova pátria, devia despontar e afirmar-se a intrépida resolução de fazer um Brasil francamente nacionalizado. Então, num ímpeto realmente revolucionário, os descendentes dos insurgentes abatem o poder da metrópole madrasta, e proclamam uma república exclusivamente americana. Culminância de patriotismo e vértice de angústia para a alma brasileira, 6 de março de 1817 será, para sempre, o marco iluminado onde se mostra a legítima aspiração desta pátria. E aí se quebraram destinos que se anunciavam em glórias. O sangue do mais puro nacionalismo teria corrido inutilmente, para ser lambido pelos cães, se continuando nós no Brasil poluído pela independência de 1822, não tivéssemos nesse feito o motivo de confiar e esperar. Por isso mesmo, no remir das tradições, é indispensável restituir todo o seu valor à revolução de independência na liberdade, como o fizeram os republicanos do Capiberibe. Seis de março,supremo desastre no trauma de que ainda sofria a Nação brasileira, será, por isso contemplado e meditado especialmente, quando for ocasião de estudar esse mesmo