O Brasil

não se trata, pois, de demagogos, anarquistas, facção extrema... segundo o conceito dos históriadores bragantinos, repetidos no próprio O. Lima, mas de homens de Estado, com predileções republicanas.

Historiador de D. João VI, do Reconhecimento, e dos movimentos republicanos, o Sr. O. Lima dá todo o peso da sua opinião para afirmar que a independência foi, desde logo, uma cousa sólida, por ter sido "desejada e aplaudida, tanto pelos que ambicionavam obter depressa a emancipação do Brasil, como pelos que receavam ver o país cair nas mãos da facção extrema...". Já sabemos: esta facção se compõe dos republicanos. Adiante, o sensatíssimo dissertador diz todo o seu pensamento, numa nitidez que espanta: "D. Pedro cingira a coroa imperial para não ver o Brasil tornar- se independente debaixo do sistema democrático... [republicano]". Este mesmo Pedro I, reconhece a existência de um forte partido republicano, quando alega, ao governo inglês e ao pai: "... não posso fazer maiores concessões [a Portugal] para não dar motivos em que se fortaleça a propaganda dos demagogos". Nas Instruções a Gameiro, quando esse é mandado tratar do reconhecimento junto ao governo de Londres, lá está: "insistirá nos esforços que Sua M. I. tem feito para sufocar algumas facções dispersas, que a efervescência do século tem animado contra os princípios monárquicos...". Pelo seu lado, Canning, o grande fazedor de nações neo-ibéricas, não teve maiores dificuldades, no tocante ao Brasil, do que a de conservá-lo para a Casa de Bragança.

Daí, o seu esforço em apressar o reconhecimento por parte das outras nações europeias: "... a forma monárquica, adotada pelo novo Brasil, estava, em face da poderosa facção demagógica nacional, por assim dizer, dependente da pronta sanção europeia". Justificando, nesses termos a ação do grande estadista inglês, o Sr. O. Lima no-lo mostra ameaçando, com os