coração para impedir muito mal inútil. Casou a filha e herdeira, a que foi D. Maria, a Louca, com o irmão, o bronco D. Pedro III, para que o casal, tio degenerado e sobrinha demente, desse ao mundo o desgracioso tarado, D. João VI. D. Maria foi a própria que assinou a sentença de esquartejamento de Tiradentes, com a honra de ser louvada, depois, por José Bonifácio. Na desgraça do seu fado, tinha o dom de fazer triste e negro o ambiente onde vivesse, e mostrou mais senso e critério quando louca do que nos dias de lucidez. O filho, o Príncipe Regente, fugia a correr, para embarcar,abandonando o reino aos franceses e veio-lhe, a um assomo de pudor: "Mais devagar!", dizia ao cocheiro, "diriam que fugimos!" O destino, patenteando cruamente a degeneração, a redime de outras referências.
O filho D. João VI e o neto, Pedro I já pertencem à nossa história. Ouando for ocasião de analisar os capítulos em que eles se movem, com as ações apreciadas, a inferioridade de espírito se mostrará. Por enquanto, registrem-se,apenas, juízos de historiadores, ou portugueses, ou estrangeiros imparciais. "D. João VI, o último dos Braganças, deixou, apenas, aquele enjoo que provoca o vômito... Epitáfio vivo dos Braganças, sombra espessa de uma série de reis doidos, ou mentecaptamente maus... Egoísta e seco como D. João IV, tinha inclinações fradescas como D. João V, a esperteza soez de D. Pedro II, o plebeísmo de Afonso VI. Começava por ser quase disforme, pés e mãos enormes, e uma inchação da pernas, doença antiga da família... vertigens e ataques de melancolia, hemorróidas...amarelo, rosto flácido, beiço carnudo, sem vida ... delíquios, timidez e medo, e, pelo medo, estonteado, pronto a subscrever todas as baixezas e humilhações baixas...Avarento, quase revolucionou Lisboa porque lhe roubaram 12 moedas. Indolente,