O Brasil

A ação dos franceses no Maranhão tornou-se tão inquietadora para o Brasil que ainda em tempo de Diogo Menezes foi mandado por este um memorial reclamando do Governo de Madri providências contra o invasor. Veio Gaspar de Souza. A arrastada administração colonial teve, então, a resolução feliz de entregar o caso do Maranhão a Jerônimo de Albuquerque, e este, sem demora, confia ao intrépido e sagaz Soares Moreno a missão de fazer o reconhecimento do local e das condições em que ali se encontravam os franceses.

Partiu Soares Moreno em meado de 1613, numa embarcação pequena, sem gente, quase, e sem recursos razoáveis.Apesar disso, Moreno obteve tudo a que se propôs e ainda incendiou armazéns dos franceses que lhe deram caça como quem poderia apanhar um inimigo perigoso. Um índio, inteiramente seu desconhecido, vem preveni-lo e ele consegue escapar à perseguição, trazendo consigo esse informante e mais um português cativo dos franceses e que deles fugira. Outra vez no oceano, o velho barco de Soares Moreno não tem meios de resistir aos elementos contrários e vai dar, finalmente, nas Antilhas, em São Domingos.

Por mais de um ano não houve notícias dele e Jerônimo de Albuquerque teve que iniciar a campanha como se o reconhecimento houvera fracassado. Quando Soares Moreno procurava informar-se, o estabelecimento francês estava em franco desenvolvimento e grande vitalidade. Dali saíam navios que aprisionavam embarcações espanholas e portuguesas, escravizando as respectivas gentes. O índio e o português libertados davam a Soares Moreno o cálculo de 20 mil frecheiros índios a serviço dos franceses e afirmavam que o estabelecimento existia ali havia seis anos, desde 1609. A colônia formara-se por expedições diferentes,