O Brasil

o novo reinado constituía-se solidário e continuador do antigo, e riscava da nossa história o grande fato da revolução".

Já o notamos: não foi Pedro II quem provocou o desvirtuamento, a corrupção, a inanidade de ideias, da política nacional; foi, porém, quem lucrou definitivamente com isto, para reinar como poder incontrastável; foi quem sistematizou os processos corrosivos de caracteres; foi quem presidiu e conduziu toda a subsequente degradação da vida pública, em liberalismo vazio, e insincera legalidade. O adolescente do Quero já correspondeu à revolução que o elevou.



O CRIME CONTRA O PARAGUAI



Toda essa história, lôbrega, coxeante, desinteressante, só é lembrada porque nos dá o espelho mesmo da estúpida, derreiada e sinistra política imperial do Prata. As antigas colônias de Castela traziam a trágica herança das facções caudilhescas, e o Brasil, explorando ignominiosamente essa triste condição, foi uma terrível agravante nas lutas internas do Prata, sobretudo no Uruguai, por intermédio dos colorados. Já vimos que era dos blancos a maioria da opinião nacional, mas, unidos os seus adversários com o governo imperial, não podia haver paz interna. Por si mesma, a Nação uruguaia elegia um representante do partido guerreado pelo Brasil, e não tardava que Flores, assistido, já agora, por argentinos e brasileiros (governo), viesse dar com o presidente eleito por terra. Foi assim até 1863, quando o governo imperial entendeu abater definitivamente os blancos. O momento pareceu propício, pois que dominava agora, na Argentina, os mitristas, antigos aliados do governo de São Cristóvão, na guerra contra Rosas. Governava Montevidéu