Aguirre, blanco, que sucedera normalmente a Gabriel Pereira, e era tido como adversário, não só pelo governo imperial, como pelos mitristas, que haviam combatido contra os blancos de Oribe. Sem gente e sem dinheiro, lá estava em Buenos Aires, Venâncio Flores, tão desprevenido para o caso, quando o atiraram a perturbar a paz de sua terra, que só encontrou para a aventura quatro soldados. Nesse mesmo tempo, em grande aparato, é mandado ao Uruguai o já respeitável liberal Saraiva, incumbido pelo governo imperial de pedir contas das antiquíssimas reclamações (1842-45) dos estancieiros ex-brasileiros, partidários dos colorados. Era, pois, uma alegação caduca, mas não havia outro motivo utilizável, e o grande liberal lá vai com ela e um ultimatum formal, tendo às ordens, para demonstrar as razões do Império, uma esquadra sob os bordados de Tamandaré, e um exército com Menna Barreto, Ozorio e o que havia de mais aguerrido nas coxilhas rio-grandenses. Paysandú, Montevidéu... são os passos dessa campanha. Saraiva, Paranhos Octaviano Rosa foram as habilidades diplomáticas para a obra, em que, finalmente, abateram os blancos. Nominalmente vencera-os Flores, que entrou em campanha, com os seus quatro soldados, logo depois de entregue o ultimatum de Saraiva; e venceu prontamente, porque o governo imperial já não sentia necessidade de mascarar a sua política. E foi nesse momento impropício que Solano López ousou encarar o imperial poder, e o afrontou, oferecendo-se como medianeiro entre o Brasil e o governo legal do Uruguai.
Nada mais justo e mais legítimo, em face de todos os direitos, mas o imperial poder não pôde suportar tal atitude, e decidiu castigar inexoravelmente quem parecia querer pedir-lhe contas da sua política platina.
Para alcançar toda a extensão do crime contra o