Paraguai é indispensável buscar a história dessa república, desde os seus primeiros dias, porque é a história de uma constante aproximação do Brasil, através de confessada amizade, e que foi até a aliança.
Dadas as suas condições de formação — jesuítas, missões, e com o radicado facciosismo dos platinos, e as suas tendências particulistas, o Paraguai decidiu, desde logo (1812), ficar independente da República Argentina. Governava-o, já, o ditador Francia, de origem brasileira, e que, em vista das pretensões dos platinos, se isolou completamente deles, isolando-se, quase, do mundo, visto que o Prata é a saída possível para os paraguaios. E foi assim que o Dr. Francia se aproximou diplomaticamente do Brasil. Era como uma aliança implícita. Militares brasileiros iam instruir as tropas do supremo senhor do Paraguai, traçar as fortalezas, até que com o sucessor de Francia foiuma aliança explícita, se bem que de caráter defensivo. O governo do Brasil aceitou a amizade do Paraguai, e correspondeu a ela, prestando os já assinalados serviços; o Paraguai valia com uma fortaleza no flanco da Argentina, com quem o governo imperial teve de lutar. Nestas condições, a amizade de toda uma vida continuou mesmo depois de desaparecido Francia. Mas aconteceu que López não tinha sangue brasileiro, e o Paraguai de 1860, próspero, organizado rigidamente, bem disciplinado, fora das agitações do caudilhismo, era uma potência. Foi justamente quando o governo imperial, já desembaraçado de Rosas, e confiante nos mitristas, entendeu ser senhor ostensivo nas águas do Paraguai, ao ponto de querer do governo de Lopez (o velho) aquilo mesmo que, no Amazonas, ele negava aos ribeirinhos superiores. Sem mais hesitações, o governo do Rio de Janeiro fez aplicar ao Paraguai os processos correntes de intrigas políticas usados por ele nos outros países platinos, e Lopez teve de dar