os passaportes ao ministro brasileiro, censurando-o, em nota oficial, de fazer intrigas contra o seu governo. Nesse tempo, já o imperialismo brasileiro fazia questão de obter a livre navegação no baixo Paraguai. Dado o caso dos passaportes, foi mandado a Assunção o plenipotenciário Ferreira, comandando uma esquadra, a pedir satisfação da ofensa. López não consentiu que subisse a esquadra, concedendo que proseguisse, apenas, um navio com Pedro Ferreira. Mas esse mesmo navio encalhou, já perto de Assunção, e López permitiu que subissem os outros a fim de safar o primeiro. O plenipotenciário obteve a satisfação que fora buscar, lavrando-se as competentes convenções. E com isto se verificou que o intuito da embaixada militar de Ferreira, intuito não indicado, era bem mais longo e importante: o governo imperial não ratificou as tais convenções, sob a alegação franca de que tinham sido conchavadas antes de concedida a navegação exigida pelo Brasil. No entanto, López demonstrou desejo de conciliação, e logo depois, em 1856, mandou ao Rio um seu ministro de Estado, Berges, para realizar um acordo. Paranhos obteve de Berges tudo o que queria, mas, por sua vez, López rejeitou o tratado do plenipotenciário, se bem que logo depois mandasse o próprio filho (em 1858), o infeliz Solano López, concedendo a livre navegação, como o queria o Brasil.
Com isto, teve o Paraguai justos motivos de desconfiar do imperialismo de Pedro II. De fato, o governo de São Cristóvão, liquidado Rosas, arrancou todas as máscaras; mostrou que a amizade ao Paraguai não valia mais do que o comum das amizades diplomáticas, e pesou sobre a política da Banda Oriental como nos dias da Cisplatina. Enquanto isto, o Paraguai chegara ao ponto de ser a mais poderosa das repúblicas platinas: sentia-se forte e digno de ocupar o seu lugar na política internacional da América do Sul, e jogou