O Paraguai não pode consentir que se desdenhe de sua política; já é tempo que se ouça a voz da nossa pátria". Foi a sua declaração de guerra. Mas tão premeditada estava a política imperial no Uruguai, que a atitude peremptória de López já se encontrou com o caso resolvido. A Argentina, ao mando dos antirosistas, aceita a missão de ajudar a aniquilar o povo irmão, ou, pelo menos, não teve a audácia justa de a isto se negar, e celebra a covardíssima Tríplice Aliança, em que o Uruguai é, apenas, na subalternidade de Flores o caudatário da política imperial. Destarte, três quartas partes do continente, em extensão, riqueza e população, marcham contra o acanhado Paraguai... Ainda assim,tanto pesa o crime, que levam cinco anos para realizar uma vitória de antemão garantida.
Alegaram, os que pretendiam justificar o crime, que os López eram inimigos do Brasil. Não há, em toda a história, uma só verdade em favor dessa afirmação. Nem o pai nem o filho jamais procederam de modo ou praticaram qualquer ato que se pudesse qualificar de hostilidade ao Brasil, como nunca intervieram antes, nas questões que o governo imperial discutia despoticamente com os outros platinos. Mudaram de sentimento para com o Brasil, e no final, tornaram-se suspeitosos. Nada mais natural. Homens inteligentes, patriotas, puros castelhanos, sem os motivos pessoais de Francia, brasileiro de origem, eles encontraram o seu país enfeudado à política platina do governo imperial. Ora, foi quando este, por se sentir vitorioso sobre o resto do Prata, começou a série de exigências — navegação, limites.., que se estenderam por seis anos. Dissipou-se, naturalmente, a confiança do Paraguai, ao mesmo tempo que a sua prosperidade e força eram patentes. Quando o governo de São Cristóvão apelou para o tratado de aliança, a fim de que López viesse fazer guerra contra Rosas, ele teve a medida da má fé imperial,