O Brasil

e respondeu, com toda a razão e justiça; não é uma guerra de defesa; não marcho... Pelo seu lado, São Cristóvão compreendeu que não podia contar com o Paraguai para o seu imperialismo torvo, de funesta e ridícula hegemonia. Agora, continuando o governo imperial na sua política de intervenção acintosa nos negócios do Prata, a guerra com o Paraguai era uma questão de tempo, apenas. Pouco diplomata, o ditador foi adiante dos planos imperiais. Então, os liberais de São Cristóvão começaram a ver em López um tirano, déspota, tratando-o nos mesmos termos em que falaram e detrataram Rosas. Admitamos que os liberais, chocados ao calor de São Cristóvão, fossem sinceros: partir, o governo imperial do Rio de Janeiro, em campanha contra os ditadores de Buenos Aires e de Assunção é prova bastante do seu facciosismo.

Mas todos o sentiam e o sabiam: a meditada agressão contra os governos daquelas repúblicas provinha de outros motivos, e ninguém dava fé à insinceridade das alegações. Só uma boa fé que já fosse estultice poderia admitir que o império bragantino-brasileiro fosse combater Rosas, Oribe, ou López por amor à liberdade. O Estado que, com toda desfaçatez, tirava riqueza da condenada escravidão e protegera, enquanto pudera, o hediondo negreirismo português — e há um país que a bandeira empresta para cobrir tanta infâmia e covardia!

O Estado proíbe a entrada da Cabana do Pai Tomás, o Estado onde, mesmo depois de aniquilado o Paraguai, foi preciso um longo discutir para que se concedesse a minguada e assassina libertação dos nascituros, e que teve legisladores para estender a escravidão para o século XX, pois que tal aconteceria se a Nação, revolucionária, não houvesse repelido as leis de 2S de setembro e a de Saraiva-Cotegipe. Um tal Estado apresentar-se como paladino da liberdade chega a