O Brasil

curassem do facciosismo inicial; empenho de, por isso mesmo, fomentar o facciosismo; empenho de mostrar que, por serem repúblicas, eram aquelas nações organismos políticos agitados, instáveis, incompatíveis com o progresso; estúpida pretensão de impor a hegemonia do Brasil no continente, não por engrandecimento próprio, mas abatendo os vizinhos, desnivelando-os; finalmente, o intuito de criar, com guerras externas, um derivativo às ânsias da Nação, repetidamente burlada nos seus esforços para a realização da democracia. A erupção de 1848 (quando 42 parecia o fim das impaciências políticas) foi um aviso, e o mesmo Tosta, finda a empreitada contra os praieiros, é mandado para fomentar a guerra na Banda Oriental. E o Império veio, assim, de guerra em guerra, até o crime hediondo de 1865-70.



O INDIANISMO



Exaltando a beleza do que é natural a este Brasil, os nossos românticos foram até cantar a alma que lhes aparecia como essencialmente brasileira: o índio. E de fato, não se compreende a realidade humana, aqui, sem os quadros das tribos que humanizavam a paisagem do primeiro Brasil e se identificaram com a história de sua primeira formação. Se Anchieta é um marco de virtude na tradição destapátria, o índio deve ser um motivo constante na poesia que se inspira de nós mesmos. E a prova o temos no fato de que todos os nossos grandes poetas, até ontem, tiveram carmes para ele. Além disto, desde que o nosso espírito de nacionalidade se afirmou, foi na oposição à metrópole. Então o índio, a perene reação ao português, tinha que ser cantado e amado por esses românticos, as vozes mais puras do nosso nacionalismo. E vem