O Brasil

Borges Fonseca, quase obscuro, e que, no entanto, indefectível, foi perseguido pelo governo de 1822, lutou ao lado de Paes de Andrade, para vir morrer já velho, nas hostes de Nunes Machado. Não haveria nada disto, se a República não fosse constante aspiração da alma brasileira. Os resultados resolveram-se em infâmias sobre esta pátria: não importa,e tudo se explica pela circunstância de que essa universalização de ânimo, a que chamamos de gênio brasileiro, realidade para aspirar, continua enleiada pelas gerações de dirigentes em que se perpetua o Estado bragantino aqui plantado em 1808. Hemos de apreciar em especial os motivos e processos que levaram a campanha de 1870-89 a tais resultados. Agora, cabe acentuar que se essa propaganda fez adotar a República é porque naturalmente já propendia para aí o Brasil. Citamos esta data — 1870 — como organização da campanha de opinião levada sistematicamente até a vitória de 15 de novembro, mas não quer isto dizer que, antes, não houvesse manifestações em prol da República. Em 1860, por ocasião da aparatosa viagem do Imperador às províncias do Norte, um dos cuidados, na récua dos cortesãos, era impedir os gritos de VIVA A REPÚBLICA!!! Repare-se no tom dos ataques de Landulfo Medrado: são de implícita campanha republicana. Em 1862, a propósito do bronze levantado no Rocio pela adulação dos tempos, Teófilo Ottoni publicou o seu manifesto, percuciente grito de protesto, com o valor de um acordar de brios, ao influxo das puras tradições de 1817-24-31-37-42-48. Em 1866, vem à luz o jornal "A Opinião Liberal", orgão dos radicais, esses mesmos que, quatro anos depois, serão ostensivos republicanos. Toda a atividade política deles, radicais, Saldanha, Silveira Lobo, Cristiano Ottoni, é contra o regimen. Em 1870, realiza-se o Congresso donde saiu