O Brasil

do candidato republicano. Finalmente, nas vésperas de cair o Império, há, no Brasil, cerca de 70 periódicos francamente republicanos, notando-se, ainda, que todos os diários de opinião livre, feitos nas simpatias do público, como a "Gazeta de Notícias", do Rio de Janeiro, tornam-se orgãos de demolição do regimen imperial.

No entanto, tais resultados sobre a alma nacional se faziam num país sem tradições de lutas de opinião, como sem prática de verdade eleitoral, o país das câmaras unânimes, para cada novo ministério a quem se dava invariavelmente a dissolução. Ora, isto demonstra que o Brasil queria a República, e que a tarefa da propaganda foi, por isso, grandemente facilitada. Tratava-se de convencer e arrastar um povo já efetivamente adepto da República. Destarte, como não era preciso nenhum esforço mental para fazer aceitar a República, e não tínhamos outro modelo de dialética política senão a penúria de pensamento dos dirigentes consagrados, aí, na mentalidade deles, moldou-se a propaganda republicana, que resultou, por tudo isto, num verbalismo fofo, de antemão estéril, nulo e pedante, como ideologia, incompleto e desconjuntado como preparo do novo regimen. Quem vem daqueles dias de propaganda, nas vésperas já da República, recorda, envergonhado e triste, a pulhice, o obsoleto, a mesquinhez e o anacronismo das prédicas e das colunas impressas, gastas em repetir as sediças tiradas de 1789 e 1830. E há muita coisa já reclamada pelos convencionais e os revolucionários contra Luiz Felipe, que não desponta nas reivindicações apagadas dos nossos de 1870-89. Tanto é assim que quando essas criaturas se encontram com o triunfo das suas ideias, e as realizam em estatutos políticos e jurídicos, não vão além do que haviam feito os moderados radicais em 1832.