O Brasil

Bem rebuscando nas concretizações, haveria, em Feijó, mais radicalismo com realidade de justiça e de progresso social,do que nos inefáveis revolucionários republicanos de 1889.

Como explícar tal insuficiência? A aspiração de democracia republicana estava na massa da Nação, mas valia, apenas, como instinto. No esforço de conquista política, era mister, antes de tudo, dar forma consciente às mesmas aspirações, precisar os motivos, e, com isto, formular as realizações que definiram, em funções, as nossas necessidades essenciais. E, agora, ou surgiria da massa mesma um desses iluminados gênio político como intuição e ação, ou as formas tinham de ser definidas em mentalidades já educadas no pensamento político, e com afinidades nas aspirações revolucionárias e que substituiriam a intuição genial, pelo treino dialético. No Brasil, infelizmente, esse treino era o da classe dirigente, inválida como significação política, morbidez de concepção na perspectiva das legítimas aspirações nacionais, toda ela profundamente viciada em vista da tradição bragantina em que se formara. E foi isto que a propaganda republicana se afinou. Naqueles dias, quando, havia decênios, já, eram conhecidas as concepções de Carl Marx, esses aspectos político-sociais não existem, no entanto, para os revolucionários que pregaram a República brasileira, como existiam, para os propagandistas e organizadores da nossa República, os aspectos sociais-econômicos dentro dos quais se formulavam noutras partes as reivindicações realmente republicanas, e para as quais gravitava já a nova política do mundo ocidental. O ano de 1870, data do célebre manifesto republicano, foi a da formidável tentativa da Comuna de Paris. E os do Brasil ficaram tão contidos nessa prova vazia, que, 14 anos depois, Prudente de Morais, deputado,