O Brasil

julgando-se dispensado de dar um programa do novo regimen: "O nosso programa está no manifesto. Naquele momento, como primeiro grito, sobretudo como revivescência da velha tradição, a voz de 1870 podia bastar, mas que a propaganda consecutiva não saísse daí! De fato, a ideologia com que se pregou a República e o movimento em que esta se preparou não correspondem à época nem procuraram inspirar-se nas legítimas necessidades desta pátria, em ânsia de liberdade e de justiça. Tudo não passou de seródios e ineficientes liberalismos, dissolvidos no molho podre de um positivismo cego. Uma abstrata separação da Igreja do Estado, com absoluta anulação deste em face da ação pertinaz da Igreja histórica na Nação, a atoleimada liberdade de profissões, incompatível com a forma legal dos mais importantes serviços públicos, a nominal secularização dos cemitérios, o abandono da instrução essencial do povo à inexistência dos poderes municipais, e outras menores e contraproducentes franquia esgotaram a capacidade reparadora dos revolucionários brasileiros do fim do século XIX. Mais distantes da alma popular, e alheios a ela do que os de 1831, eles deixaram intatas, apenas despertadas e irritantes, todas as ânsias em que o Brasil manifestava a sua fome e sede de justiça. Nem os casos e as necessidades meramente políticos como realidade da federação, nem isto eles souberam compreender, pelo que consagraram na sua obra toda a monstruosa distribuição circunscricional do país, qual arranjara, nos seus fins de espoliação e tirania, a metrópole sobre a colônia, tal a conservara, por serem os mesmos interesses, o Império sobre a Nação. E resultou da federação herdada da colônia e do Império mais ignóbil despotismo sobre as populações do que nos dias dos capitães-mores.