Um pertinaz coimbrismo reduzia todo discorrer político ao vazio do bacharelismo jurídico, enquanto o Brasil fechava a sua vida social e política no que a mentalidade de juristas, continuadores dos de 1808, podia descortinar.
Por maior desgraça, as contingências da situação geral, agravadas na incapacidade dos políticos do Império, engastaram a República na contenda que os militares travaram com o mesmo regimen imperial. A propaganda abolicionista havia aluído as velhas instituições, a propaganda republicana oferecia uma nova ordem no sentido das tendências políticas mais patentes na história do país, e antes que os republicanos intensassem deveras a conquista do poder, o Império se entregava. E há, também, que, como depreciação do regimen monárquico, ocorreu o eficacíssimo concurso dos monárquicos sem fé, nem sinceridade para com os princípios que aparentemente professavam, e que, ao menor despeito, atacavam e desprestigiavam o trono, fornecendo à propaganda republicana o melhor dos argumentos concretos.
A REVOLUÇÃO PARA A REPÚBLICA
Os homens do Império, que justificavam, e, indiretamente, completavam a propaganda da República, finalmente criaram a situação de que resultou a irremissível queda do trono. Criaram-na protelando a solução da questão servil, resistindo estupidamente à Abolição, obrigando, assim, a Nação a agitar-se até a revolução. Essa agitação, que apaixonou intensamente a alma nacional, coincidiu, toda ela, com a campanha pela República, e formou-se, destarte, a crítica e espessa atmosfera revolucionária em que viveu o Brasil de 1883 em diante. Pois bem, foi nessa conjuntura