O Brasil

em brios, repreende e faz prender Cunha Mattos. O Exército assanha-se, naturalmente, e antes de qualquer manifestação de solidariedade, sente-se de novo atacado na pessoa do mesmo Senna Madureira: o ex-ministro que o demitira em 1884, veio, em 86, e o exprobra, taxando-o de indisciplinado. O brioso oficial replica em artigo, e se justifica, sem nenhum insulto, aliás. Mas o ministro da Guerra do momento, o célebre Alfredo Chaves, repete com Madureira a nota de repreensão que despedira contra Cunha Mattos. Deodoro, o general de mais prestígio, então autoridade suprema — civil e militar, lá no Rio Grande do Sul (onde falara Madureira), apoia-o plenamente, ao mesmo tempo que Pelotas, com a autoridade militar de último vencedor no Paraguai, e a situação de chefe liberal e senador do Império, vem solidarizar-se publicamente com os oficiais ofendidos. A respectiva declaração se faz pelo jornal dos republicanos.

Já era governo Cotegipe, que pede informações, e a quem Deodoro respondeu oficialmente \"... que o Exército estava, com razão, magoado, que a ferida fora forte, cruel e mortal...\". Em começos de 1887, volta Deodoro para a Corte; pouco depois, vem Pelotas, para a sessão parlamentar. O Supremo Tribunal Militar, devidamente consultado, declarou: \"Segundo a Constituição, os oficiais tinham, como qualquer outro cidadão, o direito de manifestar livremente as suas opiniões pela imprensa\". Reclama o Exército, assim justificado, o trancamento das notas ofensivas aos dois oficiais; reunida solenemente, a oficialidade da côrte dá plenos poderes a Deodoro para defender o Exército perante o chefe da Nação, e o comissionado, saltando por sobre os ministros, envia ao imperador uma carta no sentido da incumbência que tivera. A resposta é a sua demissão de quartel-mestre-general.