O Brasil

ato, por amor a este país, não por satisfação a mim... Se não o fizer, não sabemos o que poderá acontecer amanhã, apesar de confiar S. Excia. nas forças armadas. Tais serão as circunstâncias, que talvez elas lhe faltem". Os liberais propuseram, então, uma moção que permitisse satisfação ao Exército; o chefe conservador aceitou-a: o governo convidado a declarar sem efeito a repreensão. E Cotegipe, cuja finura de espírito falhara, pois não fora perspicaz,fazia verve, ainda: aceitava, reconhecendo que saía com alguns arranhões na dignidade. Não arranhada, mas dilacerada sem conserto possível. Contra a política imperial, havia desde então, não só abolicionistas e republicanos, como o Exército. Depois dos arranhões, a insania escravocrata de Cotegipe fá-lo dar ordens às tropas do Exército para apanhar escravos fugidos. Equivalia a convidar os oficiais à desobediência; eles se negaram estrepitosamente, e como, agora, todo pretexto serve para as manifestações da força pública em hostilidade ao poder civil. A insignificância de um caso policial — Leite Lobo — bastou para pôr os clubes — Militar e Naval — em permanência, a pedir a demissão das autoridades responsáveis. Deram-lhes a do delegado: não bastou, e exigiram a do próprio chefe de Polícia, inimigo declarado dos abolicionistas. Assoberbado pelos efeitos das próprias inépcias e as dos que o precederam, bateu Cotegipe com a porta, e deixou o governo para João Alfredo, que arrastado, sem nunca tomar pé, atamancou a lei de 13 de Maio.

E acabou o Partido Conservador, sem que o Exército, todo entrado, agora, para a generalizada agitação, se desse por satisfeito. Os meses do governo João Alfredo apenas bastam para legalizar a liberdade que os escravos por si mesmo tomaram, desde que os oficiais brasileiros não se prestaram a entregá-los de novo ao cativeiro.