O Brasil

A REAÇÃO CONTRA A REPÚBLICA



O período da revolução republicana serve bem para patentear a insuficiência dela, e seu lamentável malogro, até que a República teve de enfrentar a reação. É uma história curta, mas expressiva. Passados os decretos do revolucionarismo inicial, inertes fórmulas positivistas ou seródios liberalismos vãos, a vida política da República restringiu-se, continuando nas pastas ministeriais, onde se destacou, desde logo, a abundância financeira e contraproducente de Ruy Barbosa, festejada peio Encilhamento. Nos outros, é para notar: o Código Criminal, de Campos Sales, e a nova diplomacia, no Sul, realizada pelo velho republicano Quintino Bocayuva. A esse propósito se manifestou a primeira oposição à República, no insidioso combate à política americana, adaptada de 15 de novembro em diante. No entanto, é este o melhor no ativo da República. E a revolução esteriliza-se, quando, evidentemente, teve prestígio e força para ser um movimento fecundo. E, por que não no confessar? Deodoro teria garantido a organização de uma razoável democracia, desde que nos companheiros houvesse homogeneidade republicana que os englobasse. Mas não. Desse companheiro o mais famoso e popularizado, guindado nos seus talentos, desembaraçado de liames com os propagandistas, como se elevava em situação política, isolava-se dos outros. Armado do seu liberalismo vazio e inorgânico, dava como feita a República, dissipada nesses mesmos liberalismos; e, como os companheiros não tinham prestígio para contrastar com o seu, ou talvez, nem sabiam bem como realizar uma República de verdade, maleável, justiceira, aberta à franca evolução do povo brasileiro, o Governo Provisório deixou intactas todas as legítimas necessidades da nação a republicanizar-se.