de servir ao seu país; e, no momento oportuno ele o disse: "estes galões ganhei-os no serviço da Pátria, não no de ministros". Foi o primeiro momento em que ele teve de decidir-se entre o regimen imperial, esgotado, e a experiência republicana. Foi o momento certamente, em que, dentro do soldado feito, até então apenas soldado, falou a alma do Brasil no seu renovar de esforços para a democracia.
No normal do seu feitio, Floriano conservara-se afastado das turbações e disputas dos primeiros tempos da República, mas não perdera, por isso, o prestígio. Pelo contrário: à medida que se gastavam os trêfegos e ambiciosos, a sua personalidade crescia de vulto, como qualquer coisa de forte e de sério, com que o momento teria de contar. E, nesse prestígio, foi incluído na chapa dos partidários de Deodoro, para vice-presidente. A oposição, que o viu assim desambicioso recatado, calmo, forte e limpo, compreendeu que ele não era, nem seria nunca, um instrumento da reação. De fato: Floriano, por todo esse tempo, de 1889 a 91, nunca deu mostras de apoiar o ditador por espírito de classe. A oposição não pleiteou contra Floriano, e, desde os prenúncios da aliança de Deodoro com a reação, procurou-o, de quem ouviu sempre, com a calma e lucidez do seu feitio, que não pactuava com as reações contra a República. De fato, o seu proceder nos dois primeiros anos assim o demonstra. Entre a eleição e o golpe de Estado, Floriano esteve inteiramente afastado do círculo de Deodoro, em manifesta divergência com a reação a que se entregara o chefe militar da revolução, tão franco e pronto em enfrentar o Império e proclamar a República, como em levar-se pelo despeito, até se entregar a decididos inimigos do novo regimen. Por isso tudo, dado o golpe de 1º de novembro, resolvidos os republicanos a reagir em luta armada