O Brasil

única escola política dos nossos dirigentes de então (e hoje), tanto se caracterizava pela corrupta tirania, como pela incapacidade de inspirar a sua política em realidades. O primeiro defeito, de aspectos positivos, pesava sobre os patriotas brasileiros, e os levava a reagir; o segundo, expressão do regimen mental reinante, era todo negativo, mas, como regimen mental, comunicou-se aos próprios patriotas brasileiros, incapazes, igualmente, de sentir a realidade, e de, por ela, orientar a sua política. Nestas condições, quando os patriotas de 1831 abateram o Império centralizado, continuador do regimen bragantino, viram na centralização o único mal das instituições, e trataram, apenas, de eliminá-la. De outro modo, eles, os adversários de Pedro I, não considerariam a simples federação das antigas capitanias como remédio bastante para regenerar a política nacional. Formado por Portugal já unificado e centralizado, o Brasil foi, desde sempre, um solo político, pátria de um povo cordialmente unido, sob o influxo deste mesmo nome; a sua evolução, porém, se fez em torno dos dois centros distintos, aproximados pela capital. Diante disto, a metrópole bragantina acabou por arranjar uma distribuição territorial ao acaso dos seus intuitos imediatos, absolutamente arbitrária, indiferente, quando não inteiramente infensa, aos verdadeiros interesses da futura Nação brasileira, que resultou, como distribuição circunscricional, numa disparatada manta de retalhos, monstruosamente desproporcionados, absolutamente impróprios para formar federação viável. Sem atender a nada disso, os homens de 1826-31 deram-lhe, a essa federação, toda a fé. Traídos, eliminados, os verdadeiramente democratas não chegaram, de fato, a realizar a sonhada autonomia das províncias e é possível, mesmo, que, numa prática maior, eles tivessem reconhecido o defeito, e