deles decaiu para a futilidade estéril das fórmulas verbais, do eruditismo, com o critério único dos preconceitos. Tal se patenteia no bacharelisrno legista, como nos nossos dirigentes se concretiza a herança da classe em que se fizeram. Se ninguém recusa esta verdade — de que os maiores males do Brasil vêm do seu governo —, a mentalidade de legista entra por muito nas causas desses males, pois que, em vista da mesma tradição, a generalidade dos nossos governantes tem sido de bacharéis em direito; são eles que dão o tom à mentalidade dominante e exprimem a sua ideologia. Os primeiros desses legistas vieram diretamente da escola de Coimbra, cujas portas, fechadas em 1827, obrigaram a que se abrissem aqui sucursais do seu direito, como forçaram os Sergio de Macedo, Franco de Sá, Gonçalves Martins, que lá estavam a prepararem-se como futuros governantes do Brasil, a recolherem-se à pátria, onde puderam terminar, na mesma orientação, a formação iniciada ali. Foi a primeira turma dos preparados lá mesmo em Coimbra, que deu feição definitiva à política nacional. Além dos marqueses e desembargadores de Pedro i, os Araujo Lima, Paulino Soares de Souza, Araujo Viana, Bernardo de Vasconcellos, Hermeto, Souza Mello, Vieira da Silva... Depois porque houve o interregno do miguelismo, com a cessação de Coimbra, as nossas faculdades sistematizaram-se em dar as fornadas de políticos e estadistas, sem que houvesse diferença a notar ao passar de Aureliano Coutinho ou Souza Carvalho, a Wanderley ou Saraiva. Em essência, nada se modificou. Nem chega a ser novidade a notação da ascendência, quase domínio, do bacharelismo legista no governo do Brasil. Mello Morais, por muito enfronhado na história já o acentuara: "A FALSA POLITICA, que a escola de direito coimbrense havia plantado em Portugal... tendo-se