O Brasil

naturalizado no Brasil... em vez de se modificar com a amenidade do nosso clima, tornou-se tão alentada, que, minando os fundamentos da nossa Independência... As Academias de Direito são as mais fatais no país... Depois que a Escola de Direito tomou conta do governo da Nação, e se apoderou dos empregos públicos, tudo se complicou, porque, em nome do direito, apareceu o governo da mentira, filho muito do peito da falsa política... Os bacharéis, como classe privilegiada e numerosa...\". De fato, em vista da tradição, encaminhavam-se, e encaminham-se, para essas escolas de direito, todos que aspiram fazer carreira na política e na administração.

E, no Brasil do século XIX e o XX, o bacharel jurista veio a ser equivalente do desembargador português, do século XVIII — UNIVERSAL NOS CARGOS e naquela ignorância registrada por Oliveira Martins. Antecipando-se ao historiador português, Mello Morais havia notado: \"...chegando a ministros julgam-se grandes financeiros políticos amestrados, como se a ciência administrativa, ou antes o governo da nação, possa ser devidamente realizado por teorias vagas dos livros do direito... É triste dizê-lo porém é uma realidade: a péssima escolha de homens inábeis, sem ciência, sem conhecimentos, para o pessoal dos ministérios...\". Apesar de acrimoniosa, a crítica do velho historiador ficou sem resposta, pois que era impossível negar a relação próxima entre as duas circunstâncias: a predominância de juristas na política e a má qualidade do governo. A desastrosa coincidência começa na história da primeira Assembleia Nacional — a Constituinte. Não se pode desconhecer a dignidade e o patriotismo de que deram prova aqueles homens, mas também não se deve negar a impropriedade da ação que desenvolveram a ponto de darem ensanchas