se sente ameaçado, ou embaraçado por japoneses, chineses, eslavos, judeus-polacos... inassimilados, mas ao mesmo tempo, potentes, destacados em grupos, vivazes nas respectivas tradições. E, contra a diferenciação dissolvente, reclamam-se medidas ostensivas.
Eis, a lição que deviam aproveitar, se nos governantes brasileiros houvesse capacidade política. A troco de um violento incremento de população, e concomitante prosperidade material, a Norte América turbou a coesão nacional, criou problemas internos e externos (japoneses e chineses), desequilibrou certos aspectos no desenvolvimento nacional,e esgotou antecipadamente algumas das suas riquezas naturais. Tudo isto, apesar de serem tidos os norte-americanos, pelos imigrantes, como de raça superior, e de fato, politicamente bem organizados e inteligentemente conduzidos. Transponha-se a situação para o Brasil. Temos uma vida política caracterizada em vícios e arcaísmos, desmoralizada, insuficiente, sob dirigentes que buscam imigração com a confissão explícita da inferioridade dos nacionais. Ora, quando um povo se mostra incapaz, e começa por dizer-se inferior, não deve procurar imigrantes: prepara-se primeiro,procura remir-se da inferioridade efetiva, de cultura. Nação cujos governantes vêm diretamente dos negreiros e dos escravocratas de ontem, numa mentalidade que via a Abolição como a definitiva desgraça, o Brasil tem uma política oficial que, ainda hoje, vê no imigrante braços para uma lavoura indefinidamente arcaica, braços que permitam continue o fazendeiro ansioso de fartar-se no labor alheio, como nos tempos nunca esquecidos da escravidão. Por isso, a imigração melhor, para os nossos governantes, é a que se faz com o desembarque das levas de resignados à miséria, por isso, pedem refugos de chineses,hindus, japoneses,